sábado, 25 de janeiro de 2014

Confidências #1


Sabe aquele costume de atribuir valores sentimentais a objetos e roupas?
Seja ele o vestido do casamento, a roupa da formatura, talvez a primeira camiseta que ganhou da namorada ou a bolsa que tanto queria, quando chegou em casa estava em cima da cama. A lista pode ser infinita e sempre tem alguma peça que você não consegue abrir mão.
Comigo não é diferente. Mas não pense que é por causa da valorização das peças "vintage" especificamente. A peça em questão remete a melhor época da vida de uma pessoa. Não é saudosismo, apenas o orgulho de ter vivido a melhor infância que uma criança pode ter.
Sabe, nunca esqueci daquele inverno gelado numa cidade do interior do Paraná. Aquele tempo meio-termo típico do estado. Verões chuvosos X Invernos com dias de sol. Quando dá uma esquentadinha a gente comemora. Foi o que aconteceu e na pressa saí sem casaco. Minha mãe deve ter dito "Pega a blusa menina!". Mas sabe como são as coisas, né!? Resumindo, naquela noite esfriou muito e eu só conseguia pensar em chegar logo em casa.
Bom, neste momento você já deve estar curioso(a) para saber que peça é esta, o que vem depois, enfim. Mas faço uma pausa para refletirmos sobre a vida e seus mistérios... rsrsrs brincadeira! Com certeza você já faz ideia ou tem um palpite. Vamos então ao que aconteceu de fato e como este gesto me inspirou a escrever este post.
Lembra daquela menina doce, a garota dos seus sonhos? Ou então, aquele menino que não te deixava em paz e gostavam de desafiar um ao outro? Você com certeza lembra dele. Seu primeiro amor! O ápice da inocência onde você tinha certeza de que se casariam, teriam filhinhos e pensavam nos nomes? Comigo foi assim e talvez ele nem tenha chegado a desconfiar. Mas estávamos juntos o tempo todo e amava cada segundo ao lado dele.
Na volta para casa sem perguntar se eu queria ele me deu sua blusa. Uma belezinha xadrez com toque de flanela. Ao mesmo tempo em que não queria deixá-lo com frio aceitei pois sabia que em poucos dias viria de mudança para o estado de São Paulo e queria algo dele comigo.
Esta história pode estar parecendo infantil ou atemporal. Mas teve um grande significado para mim, uma criança na época com 8 anos e alguns vislumbres do que seriam palavras quase extintas hoje como: companheirismo, cavalheirismo, Amor!
No momento estou sentada com um aparelho de ar-condicionado "assoviando" nas costas, mas aquecida com uma lembrança que me faz tão bem e traz à tona partes de quem sou. Afinal relembrar é Viver! 

Uma dica: Valorize pequenos gestos. Não se esqueça de quem realmente se importa com você!

2 comentários:

  1. Lendo este texto, inevitavelmente as lembranças invadiram meus pensamentos, e me levaram a reviver momentos que ficaram no passado, mas que estão sempre presentes, guardados em algum lugar escondido no coração, e que ainda possuem aquela sensação boa de ter vivido esses momentos , assim como nossa admirável escritora muito bem relatou em suas breves, mas precisas linhas, que" Afinal relembrar é Viver “quando revivemos esses momentos e a garantia que valeu a pena vivelos e que um gesto de carinho, por mais simples que seja como sempre digo vale por mil palavras”.

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